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A importância do profissional em relações internacionais, o perfil mais desejado do planeta

Embora o termo Relações Internacionais possui um amplo significado – O que pode gerar mais de uma confusão... – a área de estudo como tal, é algo bastante recente, e muitas vezes confundida com as disciplinas que envolvem as análises das dinâmicas entre os atores globais, tais como a geopolítica ou a diplomacia.


O caráter multidisciplinar da área de Relações Internacionais, compõe sua maior fortaleza e ao mesmo tempo que seu calcanhar de Aquiles, não havendo um total aproveitamento dos profissionais formados nesta área. que muitas vezes devem pelejar para lograr sua inserção no mercado laboral.


A área de Relações Internacionais pode ser denominada como o estudo sistemático das relações e interações dos chamados atores internacionais em um contexto internacional, havendo diferentes disciplinas que alimentam a composição destes estudos referentes as dinâmicas sociais, políticas, econômicas e culturais, que por sua vez se sustentam nas teorias desenvolvidas por esta disciplina e por outras tais como o Direito, Economia, Política, Sociologia, Antropologia, Marketing, etc.


Se existe um profissional que pode se caracterizar como profissional 4.0 conforme as novas necessidades do mercado, este sem dúvidas é o profissional de R.I, já que com o avanço da globalização e da cooperação entre os atores internacionais, tudo passa pelo crivo das Relações Internacionais, desde convenções e acordos políticos, a transferência de tecnologia e cooperação técnica.


Porém, muitos jovens formados na área possui uma enorme dificuldade de inserção, já seja pela falta de oportunidades dentro do segmento denominado como Relações Internacionais no mercado laboral ou ao próprio desconhecimento no mercado das potencialidades destes profissionais e sua ampla capacidade de efetuar diferentes tarefas, cuja única coisa em comum talvez esteja estabelecida pela própria nomenclatura da área, ou seja, a projeção internacional de um determinado interesse e o relacionamento deste.


Um profissional de Relações Internacionais, está capacitado para trabalhar em diferentes áreas e segmentos, tais como: Elaboração e gestão de projetos, negociações internacionais, inteligência de mercado (business Intelligence) , marketing internacional e processos de internacionalização, comércio exterior, Smartcities e paradiplomacia, diplomacia, geopolítica, jornalismo, novos negócios, compras e vendas, estúdios sociológicos e políticos, analista, assessoria comercial e política, humanidades, ciências sociais, cooperação técnica, eventos e turismo de negócios, acordos culturais e cooperação humanitária, outsourcing, câmbio e divisas, promoção comercial, dentre outros...


Sem embargo é importante ressaltar que a formação lhes fornece uma base, sendo necessária complementar a mesma conforme a área de atuação desejada, já seja ampliar os estudos de idiomas ou fazer um curso de especialização em Marketing, Sociologia, Ciências Políticas, Direito, etc.


Porém são poucos os profissionais que conseguem de fato se engajarem, talvez pela própria multiplicidade de possibilidades, ou por simplesmente não saber que caminho seguir, ou por desejar ter a nomenclatura “Relações Internacionais” em seu cargo... Havendo uma frustração visível entre muitos estudantes... Já que não existe uma orientação laboral por parte das instituições de ensino que não especifica que o cargo de “Analista de Relações Internacionais” é algo muito recente e o fato de atuar em um setor internacional ainda que mediante uma nomenclatura diferente não exime ao aluno de sua participação dentro da área...


Muitos se frustram por ter um cargo no setor de “comércio exterior” como se o mesmo não fosse parte das Relações Internacionais – Sem embargo, o que seria das Relações Internacionais sem a OMC e o comércio exterior? – Levando em consideração que o comércio exterior é uma área quase tão antiga quanto a humanidade e consequentemente possuí maior reconhecimento e oportunidades.


Por outro lado, quantos profissionais de Relações Internacionais são excluídos de processos seletivos pelo fato de que muitos profissionais da Recursos Humanos possuí uma limitada visão da área? relacionando a mesma somente com a Diplomacia ou política nacional...

É curioso ver a dificuldade de inserção do profissional de Relações Internacionais e da própria área de Relações Internacionais em um mundo que constantemente está falando de globalização, risco país, impacto exterior ou cadeias de produção internacional.


O profissional de Relações Internacionais deveria ser um dos cargos mais procurados pelas empresas que de fato queiram se engajar com a própria evolução do mercado e do mundo, e um dos mais desejados do planeta, sendo este um profissional estratégico e que facilmente pode se adaptar a diferentes funções dentro de um contexto globalizado.


Embora possa haver a crença de que esta realidade é algo exclusivo do Brasil, posso afirmar em primeira pessoa de que se trata de uma problemática global, salvo nações muito específicas e que concentram instituições de poder e atuação internacional ou a sede de muitas multinacionais, as oportunidades ainda são limitadas...


Na Espanha, lugar onde eu moro, tudo se concentra em Madrid e fora dela em Bruxelas, como se o resto do país estivesse ou fosse alheio ao cenário internacional, assim mesmo no Brasil o mercado se concentra em Brasília – São Paulo e Rio de Janeiro. Porém já passou da hora de democratizar a área e permitir uma atuação da mesma em grande escala ao final a realidade internacional impacta não somente as grandes cidades e centros de poder, mas toda a sociedade, pois como eu sempre digo em minhas classes de Paradiplomacia e Desenvolvimento Regional “O pequeno produtor do interior pode achar que o que acontece na China não lhe afeta, porém o preço da ração para seu gado muda conforme a cotação internacional dos grãos, sua energia elétrica e distribuída por uma multinacional e a demanda pelo seu produto pode sofrer o impacto do aumento do consumo ao outro lado do planeta.



Wesley Sá Teles Guerra, autor livros "Cadernos de Paradiplomacia" & "Paradiplomacy Reviews, the rise of the cities, subnations and Smartcities". Especialista em Relações Internacionais, Paradiplomacia e Smartcities.

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