Estados Unidos da América: a semiótica do vôo da águia
A águia é um símbolo utilizado geralmente para a demonstração do poder e domínio perante aos demais. A águia é um animal portentoso, altivo e que vê em detalhes, tudo o que acontece ao seu redor, por causa de sua visão privilegiada de caçadora.
Em Roma, no antigo Império, ela era o símbolo de suas legiões, pois era o adorno fixado em um cabo (ambos de ouro), e serviam para conduzir seus exércitos em suas intensas e sangrentas batalhas, rumo às grandes dominações, que fizeram do Império, um dos maiores de toda a história, por outro lado, surgiu também com força no regime nazista, em que Hitler desenhou para a Alemanha da época as mesmas pretensões dos romanos, ou seja, demonstrar por simbologia a força, a altivez, para manter e se sobrepor aos demais Estados impiedosamente.
Mas, chegam os Estados Unidos da América, utilizando a águia como um símbolo também de força, altivez e de dominação, mas para suavizar as interpretações diversas acrescenta alguns elementos simbólicos, que são desenhados e atrelados ao “Grande Selo” (assim como a águia é conhecida dentre os americanos), como na garra esquerda detém 13 (treze) flechas prateadas (representando os 13 (treze) Estados americanos considerados originais, ou seja, que deram origem à nação, depois da revolução travada com a Coroa Inglesa pela Independência do país) e na garra direita, traz consigo um ramo de oliveira (representando a paz como preferência norte-americana), bem como, segurando em seu bico, uma frase com os dizeres: “e pluribus unum”, uma frase que em latim significa “de muitos, o único”, aqui merece uma análise de semiose, ou seja, verificar dentro da semiótica, a significação dentro do contexto em que se localiza e atuam os Estados Unidos da América. Senão vejamos.
A águia é um símbolo de força (por ser uma excelente caçadora e ter uma visão privilegiada), altiva (por estar sempre no ar, sobrevoando tudo e a todos), as flechas presas em sua garra esquerda, (representando os 13 (treze) Estados que deu origem a nação dos Estados Unidos da América, depois da Revolução que ensejou a Independência destes dos britânicos em 1.776), endossado ainda pela frase: “e pluribus unum”, que significa “de muitos, o único”, interpretação ensejadora de que os Estados Unidos da América são os únicos, demonstrando a sua hegemonia em todos os quesitos sobre os demais Estados, simples assim.
Não sou eu que diz e nem a simbologia do “Grande Selo” americano que também diz, muito menos as significações trazidas no teor deste artigo, mas é a história quem transmite toda a trajetória dos Estados Unidos da América como vitoriosa e hegemônica. A história traz desde “ab ovo” (desde o nascedouro) americano, que o país é a hegemonia a ser respeitada e tem o peso para isto, desde a sua extensão territorial imensa, até a sua economia forte, e mesmo atravessando crises internas e globais, como a crise de 1.929, conseguiu sobreviver e sobressair-se continuando no comando mundial.
Vejam nos casos das grandes guerras, se não fossem as intervenções americanas não teriam acabado (pode-se questionar as formas de intervenções ou como foram conduzidas ou se foram certas ou erradas) mas é real o peso de suas participações, vejam nos casos das crises no Oriente Médio, em que os conflitos são latentes, com o surgimento do Estado Islâmico, que ataca principalmente, o Iraque e a Síria violentamente, os Estados Unidos lá estão auxiliando de alguma forma, seja com as suas forças armadas poderosas ou com sua inteligência tecnológica de primeira grandeza (claro, pode-se questionar se esses conflitos surgidos foram provocados consciente ou inconscientemente, pelos Estados Unidos da América ou se a espionagem americana está correta ou não com as suas práticas escusas ou não e ou ocultas), mas a realidade é uma só, eles estão lá sempre que necessitam.
Na economia é a mesma semelhança, os Estados Unidos da América também são essenciais para a governabilidade dos demais Estados nacionais, haja vista, o seu dinheiro é moeda corrente em escala global, todos necessitam direta ou indiretamente deles para se manter equilibrados, todos os ouvem obrigatoriamente, mesmo os grandes organismos mundiais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e outros, tem que no mínimo consulta-los (pode-se questionar se é válido ou não, se eles provocam consciente ou inconscientemente as situações e desequilíbrios econômicos), mas a realidade obriga a participação direta ou indireta dos mesmos e não há como negar.
Independentemente de opiniões, inevitável acharmos algo sobre os Estados Unidos da América, seja a favor ou contra, mas que a águia é muito bem representada em termos de simbologia pelos norte-americanos é a mais pura realidade, país forte, nação forte, requer um povo também forte e isto se dá mediante patriotismo que este possui, o amor e o respeito pelas instituições que também é visível, se tudo o que foi descrito até aqui não fosse verdadeiro, o grande pensador francês, Alexis de Tocqueville, não teria ido verificar em loco, como funcionava a democracia americana e sua igualdade de condições, logo após a criação da Constituição dos Estados Unidos da América, a título de modelo para outras nações, inclusive para a sua própria, a França, não teria elogiado tanto, escrevendo inclusive uma obra fantástica, que atualmente é indicada nos estudos profundos da Ciência Política, denominada: “A democracia na América”, mesmo tendo sido incumbido a ir em solo americano estudar o sistema prisional a mando do governo de seu país, acabou compilando outros aspectos em sua pesquisa, todos afunilando na democracia exemplar americana.
Referências:
. Revista: “A História e O Fato”. Tema: “A Águia-Símbolo de Poder e Domínio”.
. Alexis de Tocqueville. “A democracia na América”. Editora Martins Fontes, ano de 2.000.
. Carl Sandburg. “Lincoln”. Editora: Itatiaia Limitada, Belo Horizonte.
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