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Guerra na Palestina entre o Estado e a Religião

Atualizado: 13 de out. de 2023

No sábado logo nas primeiras horas, Israel vivenciou um ataque liderado por Hamas, isso fez com que Israel acordasse assustado e que ainda permanece em choque. Mas antes de avançarmos muito é importante conhecermos quem é o Hamas.

O Hamas também chamado de Movimento de Resistência Islâmica uma trinca política criada em 1987 por Ahamd Yassir. O objetivo de Hamas segundo a carta que marca sua fundação, é a destruição de Israel. O Hamas não reconhece Israel e se opõe aos Acordos de Paz de Oslo, negociadas por Israel e pela Organização da Libertação da Palestina (OLP), em meados da década de 1990.


A estratégia da atuação de Hamas não é uniforme, o que significa que por vezes seus líderes oferecem trégua de longo prazo em troca do reconhecimento de um Estado Independente Palestino em territórios ocupados por Israel em 1967, o que foi rechaçado por Tel Aviv. Portanto, no âmbito desse conflito, vivem numa situação de guerra. O braço armado mesmo reconhecendo a sua inferioridade comparativamente a Israel tem sido ousado nas suas ações, portanto, foi nessa onda que o braço armado do Hamas enviou mais de 2,5 mil foguetes da Faixa de Gaza, área controlada pelo grupo extremista armado desde 2007, seguidos de ataques maciços por ar, terra e mar no que foi bautizado de operação Dilúvio de Al-Aqsa. Israel reagiu com bombardeios aéreos. Os ataques palestinos tiveram como alvas dezenas de cidades e localidades no Sul e no centro de Israel, incluindo a capital Tel Aviv e Jerusalém.


O governo de Israel afirma que há mais de 100 israelenses feito reféns pelo Hamas. Um alto funcionário do grupo palestino disse que o objetivo da captura de reféns é o de trocá-los por prisioneiros palestinos detidos nas cadeias israelenses, concentradas nas cidades de Be eri e Ofakim.


Importa afirmar que os ataques liderados por Hamas pegaram Israel de surpresa, diferentemente dos ataques anteriores que as autoridades estavam alertas, cientes de que poderiam acontecer a qualquer momento. Nos ataques anteriores os Hamas limitavam-se em lançamentos de mísseis contra vilas fronteiriças, mas desta vez o choque é maior porque não se esperava a invasão do país, o que deixa entender que existe uma falha na inteligência de Israel que é uma das mais sofisticadas e bem financiadas do mundo.


A relação entre Israel e Palestina não é salutar, portanto vale dizer que enclave palestino localizado entre o Egipto, Israel e o Mar Mediterrâneo, a Faixa de Gaza, vive sob bloqueio severo terrestre, aéreo e marítimo e de seus vizinhos desde 2007, quando o Hamas chegou ao poder.


Assim mesmo, são diversas as organizações internacionais que criticam a ação de Israel em relação ao povo palestino, muitas vezes ferindo os direitos humanos recolhidos na Carta das Nações Unidas.


Israel pressiona e limita todo o tipo de recurso aos palestinos, impedindo qualquer tentativa de desenvolvimento na região e melhorias nas condições de vida da população. Por vezes os territórios palestinos mais se assemelham a um campo de concentração que a um território autônomo.


Mas porquê Israel foi atacado?


É uma questão muito importante que muitos se fazem neste momento, mas é importante recordarmo-nos que o conflito entre Israel e Palestina é o mais duradouro do mundo, e se voltando para a história da região localizada no Médio Oriente, ela é considerada sagrada para Judeus, Católicos, e muçulmanos, havendo um forte apelo identitário e religioso na questão embora a pertencia de fato nos últimos séculos corresponde a evolução da ocupação do Império Otomano e a formação da Palestina até a criação do Estado de Israel, cujo território na época contava com a população maioritariamente muçulmana, porém o apoio ao Governo de Israel tem sido marcante, principalmente devido ao lobby judaico em nações como os Estados Unidos e Reino Unido.


O conflito entre os dois Estados dificilmente vai terminar porque o que está em jogo é a disputa do território com pinceladas históricas, culturais e religiosas e sabemos que em Relações Internacionais, os Estados são capazes de tudo para defenderem o interesse primário que é vital (segurança) e a concepção de um estado nacional.


As invasões do sábado opõem o Hamas, um grupo extremista armado que controla a Faixa de Gaza, a Israel, hoje governado por uma coligação de extrema-direita nacionalista liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e com um discurso igualmente agressivo.


Israel teve uma falha enorme na inteligência, pois sabendo da desconfiança que existe com Palestina, deveria ter tomado todo cuidado. Ainda assim a segunda camada de defesa de Israel foi insuficiente para impedir os ataques, lembrando como o país foi pego de surpresa quase 50 anos depois da guerra de Yom Kippur.


Neste conflito quem sofre novamente é o povo palestino, ora pressionados e limitados por Israel, ora bombardeados pelo contra-ataque, sem embargo a Comunidade Internacional muitas vezes de negligencia os anseios da Palestina, ao validar uma e outra vez o papel de Israel, fundamentado no que de fato é a base da sociedade ocidental, uma base e ponto de vista judaico-cristã, onde a “Terra Prometida” só serve ao pensamento religioso que o mundo confunde com política.


JAIME ANTÓNIO SAIA, Licenciado em Relações Internacionais e diplomacia pela Universidade O impacto da Diplomacia Cultural na Política Externa: Caso da relaçãoPortugal-MoçambiqueO impacto da Diplomacia Cultural na Política Externa: Caso da relaçãoPortugal-MoçambiqueJoaquim Chissano (Maputo,Moçambique) Mestrando em Resolução de Conflictos e Mediação. Analista da política internacional na TVM (TelevisãodeMoçambique), SoicoTV(Stv), na MédiaMaisTV, FTV, pesquisador do Centro de Estudos das Relações Internacionais (CERES), palestrante em áreas sociais e políticas em Moçambique.Com ampla experiência em gestão de empresas. Autor livro "As Relações Internacionais desde Moçambique".

Referencias

https://oglobo.com/mundo/noticia/guerra no oriente-medio, consultado no dia 09.10.2023.

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