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O atual perfil econômico e estratégico da China


 Asociación Isidro Fabela de Relaciones Internacionales

Asociación Isidro Fabela de Relaciones Internacionales


As grandes transformações na estrutura econômica e produtiva global incidem na consolidação de perfis geoestratégicos de países que hoje em dia se destacam por sua participação internacional. Precisamente, no Dicionário da Real Academia da Língua Espanhola¹, o termo “estratégico” se define como “Se diz de um lugar (…) de importância decisiva para o desenvolvimento de algo”, e para o qual, a geografia se correlaciona com os fatores decisivos que um território possui para outros. No que se refere à questões econômicas, o papel desenvolvido pela China, denota uma grande presença comercial, assim como a  expansão de atividades de caráter produtivo e financeiro em praticamente todos os cantos do planeta.

Na região na qual se localiza, com mais de 1,380 bilhões de habitantes – aproximadamente 30% da população mundial –. de acordo com o CIA worldfactbook; e situada entre Japão, Rússia, Mongólia, ambas as Coreias e as nações do sudeste asiático; aproveita a abundância de sua mão de obra em conjunto com os recursos próprios e commodities que obtém destas e de outras regiões – entre eles cobre, aço, ferro e outros metais – para ressaltar o conceito que lhe confere ser a “fábrica do mundo”.

Derivado deste perfil geográfico e da necessidade de articular um maior vínculo com seus interlocutores, a China – conforme o discurso oficial – participa intensamente na região Ásia-Pacífico com um enfoque construtivo de estabilidade, cooperação econômica e segurança por meio de organizações como a ASEAN e APEC além de procurar a utilização eficiente de rotas marítimas para o extremo oriente, particularmente as que dinamizam a região de seus principais portos em Ning bo, Shenzhen e Hong Kong, entre outras. Cabe agregar também que este papel está sendo cada vez mais determinante na política regional e progressiva no cenário multilateral.

Entre 2008 e 2014 – conforme dados do Banco Mundial e da Organização Mundial do Comércio -, a China se transformou a segunda economia do mundo, depois dos Estados Unidos. e a maior potência exportadora. É o principal sócio comercial dos EUA, assim como fornecedor de manufaturas para Japão, Coreia do Sul e Alemanha. Do mesmo modo, se destaca em seu papel como comprador de matérias-primas em grande escala nos países da África, bem como dos seus principais sócios. Segundo o Fundo Monetário Internacional, desde 2002, a China se tornou o principal receptor de investimentos estrangeiros do globo, evidenciado a competitividade dos seus fatores.

Em parte, a base deste perfil geoestratégico está relacionado com o papel que desempenhou o Estado, tanto na expansão das suas relações internacionais, como também no direcionamento das atividades produtivas no nível interno. De acordo com especialistas do Banco Interamericano de Desenvolvimento, se supõe que a implementação de reformas que levam pouco mais de 30 anos foi desenvolvendo as condições de mercado que fomentaram um setor privado que se desenvolve em uma dinâmica de crescimento, altas taxas de poupança e investimentos, assim como uma estratégia de indústria e tecnologia de longo prazo o qual reflete o potencial referente em matéria de comercio exterior e o aumento sustentável do PIB.

Assim mesmo, o Estado foi um elemento significativo para proporcionar uma orientação aos processos e atividades econômicas e produtivas das empresas do país, assim como para assistir em metas estratégicas de expansão ou modernização, entre outros aspectos relevantes. Em relação a isso, as políticas do governo iniciadas por Xi Jinping foram orientadas para o aprofundamento de um “socialismo de mercado” que gerou, entre outras circunstâncias, maiores facilidades para fazer negócios. Outra política estratégica é o aprofundamento de seus vínculos com países de outras zonas do mundo.

Em relação à América Latina, se destacam as alianças de caráter bilateral, que se desenvolveram nos últimos 40 anos. Venezuela, Brasil, Peru e México, entre outros países, são importantes receptores de recursos oriundos da China. É precisamente neste termo que a participação econômica do país oriental se vê refletida no crescimento de investimentos e desenvolvimento de negócios em nossa Região, o qual da uma ligeira noção da capacidade financeira de seus consórcios que podem colocar seus recursos em distintas regiões do mundo com o foco na expansão.

Exemplo disso, segundo dados do Ministério de Comércio da República Popular China, os investimentos na região latino-americana cresceram em setores como da mineração, petróleo, serviços, fabricação de aviões, somente por mencionar alguns casos, abrangendo desde o México até a América do Sul.

Por fim, nos próximos anos, a marca que a China imprime na economia global – apesar das suas oscilações – seguirá sendo um detonante das atividades comerciais, financeiras e eventualmente produtivas para a América Latina e outros países. Hoje em dia, devido às circunstancias pelas quais atravessa a economia mundial, desde o próprio Pacífico asiático, passando pela Europa, América do Norte ou África, qualquer nação mantém um contato mínimo com a China, o qual ressalta seu atual perfil econômico – estratégico e que deve ser valorizado adequadamente.

(¹) Artigo original em espanhol.

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Dr. Juan Roberto Reyes Solís.

Coordenador do Programa de Relações Internacionais da Universidade del Valle de México, campus Querétaro no México. Doutor em Relações Transpacíficas pela Universidade de Colima no México. Mestre em Comércio Internacional pelo Instituto de Estudos Superiores de Administração Pública e Privada da Cidade do México. Bacharel em Relações Internacionais pela Escola Nacional de Estudos Professionais Acatlán da  U.N.A.M.

E-mail: jreyes@uvmnet.edu

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