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Oposição ao Consumismo ou Impulso ao Consumo: A desconciliação no POP ART

Como propriedade da Sociedade Capitalista hodierna, elenca-se seu principal anseio, em especificidade - O lucro. Esse dado como influência para massas e, designando maiores alcances ao público juvenil. Assim, se avalia como é válido que se observe o poderio dos meios de comunicação aos jovens, pela qual exercem ingerência no molde dos valores e princípios, como em ações sociais. Sabe-se que como alvo primordial para o exercício do consumo, o jovem é cerceado pelos “modismos” impulsionado pelas propagandas que o impelem para a aquisição demasiada de mercadorias, sem que se avalie a realidade das suas necessidades basilares, posicionando-se inclusive, como mercadoria desse sistema.


Inúmeras vezes, o ofício dessas propagandas empenhadas pelos meios de comunicação são relacionadas à Arte, com especificidade à famigerada mobilização nomeada Pop Art. E para que a mesma seja compreendida, cabe uma breve definição da significância dos movimentos artísticos, haja vista que esse ofício define a existência humana, reconhecida pelo impulso à invenção, criação, não abrangendo de modo único e exclusivo a execução mas a fase de produção e confecção de algo que simbolize humanidade. Agora, no que concerne ao estilo, sabe-se que o mesmo empreendeu nas suas obras, mercadorias de consumo, aliando imagens, linhas, cores e formas para provocação de emoções/reações.


Essa mobilização foi desenvolvida, a priori, na Inglaterra da década de 1950, com auge e referência nos Estados Unidos da América dez anos após sua consolidação. Em síntese, o Pop Art é referencial pela discussão sobre a famigerada ascensão do consumismo na sociedade do período, isso com a consideração de que em uma Sociedade dada como Capitalista, se não se enxerga a mercadoria, as mercadorias são vislumbradas no próprio indivíduo, além dos seus meios de expressão e recursos aplicados, como Cultura e Arte. Enxerga-se uma posição que se opõe ao consumo na esfera social, com aplicação e uso da ironia e sátira, se apropriando das estratégias capitalistas para um diálogo artístico.


Enxerga-se conexões da Pop Art para com a publicidade e propaganda quando recursos são apropriados para aproximação à cultura do povo, compondo produções comerciais e os anúncios de cunho publicitário. A abordagem mencionada dispõe de inovação, com o viés de irreverência quando se flexiona a influência e ingerência propagandista no senso comum, nas experiências e vivências de indivíduos simplórios, vislumbrados como alvo do consumo ou membros do corpo social comercializado na “Máquina do Capitalismo”. O mesmo se relaciona com uma Arte Contemporânea quando se locomove para o mundo artístico, símbolos massificados sobre demandas e os enfoques comuns ao corriqueiro.


Transformações de cunho social possuem mobilização pela modernidade, na ocorrência, a “Tecnológica”, dispondo de informações que dialogam com a individualidade e o senso comum das pessoas, disseminando dados que as “bombardeio” pelo recurso midiático, (Televisão, rádio, jornais e relacionados), oferecendo mercadorias que são adquiridas e, dessa forma chegam às inúmeras casas pelo poderio da sedução ao consumo, de modo a que se alcance massas, para que se fidelizem como consumidores. E dessa forma, a noção de mercados que alcançam indivíduos auferem em modificações não de um modo único e exclusivo como simbólicas, mas como subversivas à Economia, Cultura e à Arte.


Compreende-se que as produções advindas da Indústria Cultural auferiram significância no pós Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945), como consequências de economia baseada no consumo de mercadorias/bens, ofício que definiu a evolução industrial desse mercado de produção. E, é sabido que após o período de Grandes Guerras, a cultura dos Estados Unidos da América auferiu olhas consideráveis no Sistema Internacional, globo, considerando sua posição econômica mundial dada como estratégica pós conflagração. Anexa-se ainda a subdivisão do mundo nos eixos socialista e capitalista, com imposição de perspectivas diferenciadas no que concerne a compreensão de valores e de culturas. 


E quando oposições esvaem sua própria análise: Um caso com incongruências


Com origem no período na qual a sociedade estadunidense (com especificidade no que concerne à condição dos Estados Unidos da América à época), caminhava um percurso de expressivas modificações, enxergou-se expressividade na mobilização. Como análise breve da ocorrência, vislumbra-se a conclusão da Segunda Grande Guerra Mundial, o que impulsionou um Estado Nacional (país) sob plena ascensão no segmento econômico, com uma cultura massificada que propunha a incidência global. Nesse viés, elenca-se os artistas como Roy Lichtenstein, Claes Oldenburg e o Andy Warhol como idealizadores do processo de indagação das concepções “Tradicionais” no apreço aos símbolos populares. 


Essa abordagem visualizada com inovação e irreverência modificou o modo para com que a Arte se encaixava no comum e auferia apreciação pelo público no geral, sendo uma das influenciadoras das mudanças designadas à Arte Contemporânea. Como exemplificação do vínculo para a cultura de massas, cabe a veneração de figuras e personalidades como a de Marilyn Monroe e o próprio Elvis Presley. A priori, não possuía o manifesto explícito e nem viabilidade para contestações, dispondo da ideia de exibição do comum com cores, sátiras e ironias às celebridades, conduzindo a mobilização para os valores da sociedade da época, com elevação da liberdade do artístico objetivando bem durável sem elitização.


Com a Mobilização da Pop Art, o campo artístico preocupou-se, de modo demasiado, com a “Sociedade do Consumo”, confeccionando produções que dialogassem com coisas e demandas com reflexo para o senso comum, das experiências e vivências do mundo e do indivíduo vislumbrado como simplório. O movimento elencado descrevia probabilidades para que se desvinculasse da sensibilidade do modernismo que possuía base definida na separação da Vida para com a Arte, com a disseminação da informação de que os meios de comunicação para massas deveriam incluir-se nas predições elevadas da Cultura de origem Ocidental, na celebração eufórica ao consumo e rápida adequação no pós guerra.


Nessa mobilização, vislumbra-se uma jornada confeccionada para uma aproximação das camadas mais populares da sociedade, que a priori não dispõe do famigerado “consumo” de produções como as que possuem abstração e demandam profundidade de reflexões. Para os idealizadores dessa movimentação, a Arte dá-se para que massas as consumam, não se direcionando para uma classe específica, sob poderes e recursos disponibilizados, capaz da observação da abstração na cultura. Artistas da Pop Art possuíam influência do “Dadaísmo” (com subversão da negação de regras), se apropriando de objetos ou coisas do mundo, com produções em massa e com ausência de critérios estéticos especificados.


Sabe-se que a Pop Art foi desenvolvida com escalabilidade para Arte e Consumo, na qual artistas que a confeccionavam aplicavam signos estéticos nas suas produções, advindos da sociedade de massas, como os vislumbrados nas histórias em quadrinhos, fotografias, celebridades e ícones do período, empenho que gerou polêmicas às pessoas incumbidas de análises e críticas às peças produzidas (no campo artístico) do período. Todavia, ainda com a popularidade auferida, considerando a escalabilidade para confecção das obras, é uma obviedade a de que a priori não se desejava que o movimento dispusesse de alguma exposição em museus, assim como as já em recorrência, impulsionando relação pública. 


Submergindo e se propondo na eliminação das barreiras que ponderavam a Cultura dada como Erudita, direcionada à Elite, e a Cultura de Massas, às camadas sociais com posse escassa de recursos, para a Pop Art, as diferenciações culturais seriam inexistentes, pois ambas seriam validadas de igual maneira. Logo, objetivava-se com suas produções, mix de conceitos para que ocorrências, objetos e coisas dadas como populares (no exemplo de celebridades ou propagandas afins) seriam exibidas na apropriação de meios artísticos vislumbrados com erudição, com especificidade nas pinturas e/ou esculturas. Em suma, é uma verdade que há devida superação de ideias modernistas, dialogando com mudanças.


A mobilização que assumiu variações


Originada na Inglaterra no decurso dos anos 1950, seguida da repercussão nos Estados Unidos da América, a mobilização artística nomeada Pop Art, propõe o regresso de uma arte com uso figurativo como oposição à abstração do meio expressionista, com domínio cultural pela especificidade estética. Se opunha ao modo irônico, algum moldado pela “hipocrisia”, na qual a Sociedade Capitalista desse mesmo período impulsionava desejos de consumo do mesmo modo que confeccionava caminhos para que se impusesse uma necessidade para o consumismo. Porém, ela já demandava isso para que se inspirasse na idealização de suas próprias obras, o que originava um caminho reverso “invalidado”.


E é evidenciado que no decurso dos anos 60 e 70, a mobilização da Pop Art (sigla para a concepção de popularização artística), dispõe de um impacto enorme, no que concerne o campo social e/ou político nos Estados Unidos da América (o país/Estado de influência e enfoque da análise). Nesse caminho, cada um dos artistas aplicava suas produções (as obras confeccionadas) para indagação das condições e específicas demandas advindas da sociedade, como prelúdio da Guerra do Vietnã, as ocorrências de sexismo e racismo. Óbvio que os contextos e artistas variam no que concerne ao movimento e sua evolução, porém ambos se opunham ao elitismo artístico e à ausência de aproximação das massas.


Logo, gerava uma “cadeia”, com provocação e impulso ao consumo, provocando-o e se apropriando do mesmo para eficácia na comercialização, o que se observado com um viés filosófico, originava uma cadência que divergia das objetivações que a priori seriam elencadas: uma reflexão acessível sobre o consumismo. Todavia, a dúvida que cerceia o campo dessa “subversão” acompanha o: como as produções se fariam aproximadas das massas populares sem que o “apreço” pelo consumo fosse instigada na aquisição do seu meio crítico-analítico? E, inclusive, as próprias marcas, corporações e personalidades que dispuseram de referências, não validariam essa Arte como divulgação específica de si?


Vislumbra-se que o Movimento Pop Art originário no pós guerra com incidência no século XX, fixou-se no Sistema Internacional (mundo) que se recuperava das consequẽncias e de cada uma das reverberações advindas da Segunda Grande Guerra Mundial, na qual a publicidade e propaganda se afeiçoava à imagem do femino (de alcance percebido já que os homens estiveram “ocupados” nos campos da conflagração), de celebridades gerais, histórias em quadrinhos que idealizavam o sucesso estadunidense em guerras como a elencada e, em suma, posicionando a colaboração dos Estados Unidos da América nessa condição para comercialização da própria imagem, a fim de que acrescesse a economia.


E é compreendido como o movimento artístico mais representativo e referencial ao estilo americano, isso na consideração de que os seus representantes foram inspirados no modo de consumo e experiências estadunidenses já vivenciadas e diárias no ideário do senso comum. Inclusive, com a publicização do modelo de experiência americanizada, a publicidade e propaganda do período foi logo adequada para um novo molde de anúncio, o que incluía além da “Televisão”, com a possibilidade de que se enxergasse, dialogasse e ouvisse sobre mercadorias. a fim de que se “Tridimensionalizasse” as probabilidades de consumo e mercado, alcançando maiores públicos, expandindo lucro com as influẽncias.


A popularização da Arte, designada com produções massificadas, com recurso acessível, de estética espirituosa, jovem e sensual, foi elencada como o grande negócio do período. E nesse viés, as obras advindas da Pop Art aproximaram-se da experiência/vivência do senso comum, a priori considerada como exclusividade para poucos, inaugurando um encaixe nas camadas simples sociais, de modo em que sua denúncia à priorização para o consumo modificou-se como produção massiva que de modo “curioso”, impulsionou esse mesmo consumismo. Afinal, que jovem e/ou público alvo com afinidade pelas críticas não se vislumbraria seduzido pela posse (com acessibilidade) de uma obra para subversão?


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Conclui-se que o universo artístico foi levado para um período dado como “revolucionário” para modificação da cultura, dessa forma, a Arte é enxergada mais assemelhada com as produções hodiernas, assumindo conceitualizações contemporâneas, que inauguram uma confecção de variações artísticas. A mesma é observada como uma maneira expressiva que designa à artistas a possibilidade de que a produza, exerça, confeccione. Nesse viés, quando uma obra é desenvolvida, não é uma variável mas sim uma verdade universal a de que se espera consumo, assim como difusão e reconhecimento culturalizado, no meio histórico-social. “Concluindo-se” com colaboração de espectadores, recriando ideações.


E dessa forma, assim como dialoga com a consciência e expressão dos seres humanos, da mesma maneira se relaciona com a publicidade, levando em consideração de que é com a apropriação da Arte que inúmeras corporações realizam a divulgação de mercados e mercadorias, confeccionando campanhas para o alcance deliberado de massas, a fim de que suas produções sejam consumidas com larga escala e viabilidade. Todavia, vê-se que, ainda que propagandas e publicidades se relacionem ao consumismo, quando elas não dispõe de influências aos que as adquirem, não há validada para sua criação, o que justifica e exemplifica que recursos artísticos sejam aliados para que impulsionem apreço.


Nesse contexto, as Artes Visuais, Publicidade e Propaganda permaneceram com diálogo em recorrência, sendo vislumbradas no ofício de inúmeros artísticas. Inclusive, na própria ascensão do Movimento Pop Art, em meados da década de 50, na qual se apropriaram dos recursos específicos de linguagem de mobilização, dos reclames, para confecção de suas obras, dispondo de análises críticas à narração para alcance publicitário, de modo a incorporarem de simbologias, logomarcas, personagens, embalagens, anúncios à slogans em suas variadas obras. O que, inclusive, enxerga-se como uma ideação irônica, na qual para criações de oposição, a ideia original é apropriada e lançada como arma de extinção.


Mesmo que inúmeras produções dessa mobilização impulsionem uma série de veladas críticas e/ou análises do senso comum no que se dialoga sobre: Sociedade do Consumo, Indústrias Culturais e Artísticas e o papel da publicidade e da propaganda em meios de comunicação e mídia de massas, compreende-se que é possível que seja apercebido que há variações nas obras e que cada um deles dispõe de anseios individuais com relação ao conteúdo, a simbologia e escolha de recursos publicitários. Compreende-se que, na mesma medida em que uns buscavam criticidade ao capitalismo, os demais promoviam a Arte com uso de recursos conhecidos e ansiados pela sociedade: paradoxo desalinhado. 


Aline Batista dos Santos Silva

Graduada em Relações Internacionais (Bacharelado) pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU (Com Bolsa 100% pelo Programa Universidade para Todos - PROUNI) | Pesquisadora Acadêmica no Programa de Iniciação Científica - PIVIC (2017; 2018; 2019 e 2020) | Monitora Acadêmica das Disciplinas de: "Finanças Internacionais" (2018.2); "Economia Brasileira Contemporânea" (2019.1); "Eventos e Extensão" (2019.2); "Geopolítica e Geoestratégia" (2020.1); "Fundamentos da Economia" (2020.1) | Analista Internacional | Educadora para a Transformação e o Impacto Social | Pesquisa Acadêmica | Gestão de Projetos e Negócios Sociais | 


  • FONTES CONSULTADAS I REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


FERRAZ, M.H FUSARI, M.F Metodologia do Ensino de Arte: Fundamentos e proposições. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

FREIRE COSTA, J. Perspectivas da juventude na sociedade de mercado. In: NOVAES, R.VANNUCHI, P. Juventude e Sociedade: Trabalho, Educação, Cultura, Participação. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

FREITAS, T. T. M. O lugar da obra de arte na era da reprodutividade técnica: Andy Warhol e a utilização da cultura massificada. Revista Espaço Acadêmico, v. 11, n. 128, 2012.

HONNEF, K. Pop art. Tradução de Rafael Godinho. Rio de Janeiro: Paisagem,  2004.

McCARTHY, D. Movimentos da arte moderna: arte pop. Tradução de Otacílio Nunes. 

São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

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