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Sucinta Exploração Conceitual Sobre A Identidade - Redefinições e Reconfigurações do Sujeito Social - parte I

A noção de Identidade é originária do campo da Filosofia. Compreende-se que essa ideia foi aplicável na descrição do que se diferencia dos demais, no ideal de igualdade para e consigo mesmo. Inclusive, a mesma é baseada na concepção de que o indivíduo dispõe de conexões com a sociedade, passível de modificações, de uma maneira inconsciente, levando em consideração um empenho que acompanha uma identificação individualizada e própria, além de uma considerada e reconhecida pelos demais numa conjuntura social. 


Todavia, na visão da Sociologia, como Ciência Humana, as identidades são passíveis de uma confecção. A reflexão discursiva se dá em como ocorrem esses processos para sua construção, compilando aspectos originários, especificidades e finalidades, assim como o que elencam instituições de domínio que da mesma maneira modelam as caracterizações identitárias quando os agentes sociais as abrangem, (re)modelando sua simbologia e seu significado com o amparo incondicional de um específico empenho para interiorização. 


Para alguns pensadores e idealizadores (a) da noção de Identidade, essa considera-se como um símbolo de “legitimação” quando instituições de domínio a insere, na procura de expansão e racionalização dessa dominação. E, nisso, cabem algumas nomeações, como a concedida para Identidades de “resistências”, essas originadas pelos agentes que não são valorizados, os desfavorecidos pelo raciocínio de dominações, esses mesmos são os que confeccionam barreiras para que sobrevivam na sistemática estrutural posicionada. 


Além dessa condição identitária que prevê ações de subsistências para salvaguardo de si próprio, há ainda uma Identidade de “projeto”, na qual dispõe de designação quando se é confeccionada pelos agentes que objetivam uma eficaz redefinição e reconfiguração das suas existências e posições exercidas no campo social, de maneira brusca ou gradual, na provocação de modificações sociais, como o processo de expressão e reverberação dos ideais difundidos no feminismo, seguida da recolocação da figura feminina na sociedade.

 

E é sabido que a confecção de uma Identidade advém de um processo que considera um compilado de sensações e vieses decisivos na racionalidade ou não (advindos da própria inconsciência) para decisão dos haveres individualizados que agentes recorrem para sua identificação na sociedade. Cabe a menção sobre a existência de uma subjetividade, que indica o impulso para compreensão sobre o próprio “Eu” do indivíduo, que proporciona a “explicação” da razão pela qual um sujeito se apega, apossa ao específico viés identitário.


Cada uma das decisões sobre posições assumidas e processos de percepção rumo ao ideal de identificação, confeccionam uma Identidade. E no caso, a elencada subjetividade acopla as dimensões da inconsciência do sujeito, o que inclusive, corrobora para que logo surjam discrepâncias/divergências. Há pensadores, acadêmicos no passado ou mesmo com ofícios hodiernos, que consideram que não há comprovações advindas da sociologia para a recorrência de um modelo ou (re) configuração eficaz que origine uma Identidade. 


Logo, no campo individual ou profissional, é ilusória uma validação de possessão de um manual de criação identitária, esse que produza indivíduos ou mesmo os grupos com viés homogeneizado. Mesmo que haja uma instituição fechada, isolada e aquém da visão de priorização da diversidade, as identidades ali em recorrência serão heterogêneas, assim, diferenciando-se das demais. Claro que um combo selecionado de princípios ou valores são comunicados e comuns ao grupo profissional, mas não designa similares empenhos. 


Assim sendo, sem a designação de que as ações individuais sejam sempre as mesmas no cenário, uma noção determinista dispõe de real impossibilidade, já que não há nenhum determinismo que oficialize uma plena precisão. Isso mesmo com a ideia perpassada de que o homem é social e que reações ou empenhos variam de acordo com a conveniência do cenário e suas condições de desejo e repercussão. Nessa arguição, mesmo com uma sequência de valores e princípios auferidos, não se prevê qual será sua posição hodierna. 


E mesmo que haja uma expressiva predisposição para uma ação calculada, sob exercício fadigoso, na conjuntura do período o indivíduo poderá, logo, assumirá um papel e modo diferenciado do que é esperado, não sendo possível uma eficaz previsão de causa e/ou de consequência. E dessa forma, os valores grupais são colocados com pesos e medidas diferenciadas para cada agente social, o que considera-se como impossibilidade para que haja uma delegação perspicaz e em eficácia de uma instituição para vieses geracionais. 


Assim sendo, é compreensível que o que uma geração experienciou e adquiriu como uma das sensações que compuseram sua vivência, não será designado de uma maneira real e plena para gerações sequenciais. Pois é sabido que a valorização concedida à algo e/ou a alguém de modo geracional, não dispõe da mesma simbologia e significação às demais. Os princípios e valores são noções essenciais para que se reconheça associações e/ou indivíduos, nas Identidades provisórias e dinâmicas, não aguardando suas inflexibilidades.



Aline Batista dos Santos Silva

Graduada em Relações Internacionais (Bacharelado) pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU (Com Bolsa 100% pelo Programa Universidade para Todos - PROUNI) | Pesquisadora Acadêmica no Programa de Iniciação Científica - PIVIC (2017; 2018; 2019 e 2020) | Monitora Acadêmica das Disciplinas de: "Finanças Internacionais" (2018.2); "Economia Brasileira Contemporânea" (2019.1); "Eventos e Extensão" (2019.2); "Geopolítica e Geoestratégia" (2020.1); "Fundamentos da Economia" (2020.1) | Analista Internacional | Educadora para a Transformação e o Impacto Social | Pesquisa Acadêmica | Gestão de Projetos e Negócios Sociais | 


● FONTES CONSULTADAS I REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS = 

BAUMAN, Zygmunt. Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. CASTELLS, Manuel. O Poder da Identidade. São Paulo: Paz e Terra, 2008. EDGAR, Andrew. Identidade. In: EDGAR, A. & SEDGWICK, P. (org) Teoria Cultural de A a Z. São Paulo: Contexto, 2003. 

GIDDENS, Anthony. As Consequências da Modernidade. São Paulo: UNESP, 1991. GIDDENS, Anthony. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. HALL, Stuart. A Identidade cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP & A, 2006. TAYLOR, Charles. As fontes do self: a construção da identidade moderna. Trad. Adail Ubirajara Sobral. São Paulo: Edições Loio. 

SILVA, T. A Produção Social da Identidade e da Diferença In: Identidade e Diferença: A perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

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