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As perspectivas do Papa Leão XVI nas Relações Internacionais

  • Foto do escritor: CERES
    CERES
  • 29 de mai.
  • 2 min de leitura

Gabriela Oliveira Elesbão 


A ascensão do Papa Leão XVI ao trono de São Pedro inaugura uma nova fase nas relações entre o Vaticano e os principais atores geopolíticos globais, como os Estados Unidos e a Ucrânia. Sua postura diplomática e suas declarações têm gerado reações diversas, especialmente em relação ao conflito ucraniano. Para compreender as perspectivas do novo pontífice, é possível recorrer a conceitos semióticos desenvolvidos por pensadores como Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michael Hardt. 


Deleuze e Guattari introduzem o conceito de "linha de fuga" como uma força que escapa às estruturas rígidas e hierárquicas, permitindo a criação de novos agenciamentos e possibilidades de existência. Nesse sentido, a atuação do Papa Leão XVI pode ser vista como uma tentativa de estabelecer linhas de fuga frente às polarizações geopolíticas, buscando caminhos alternativos para a paz e o diálogo. Por exemplo, ao condenar a lei ucraniana que proíbe a Igreja Ortodoxa vinculada a Moscou, o Papa demonstrou preocupação com a liberdade religiosa e os direitos dos fiéis, independentemente das afiliações políticas. Essa postura, embora criticada por autoridades ucranianas, reflete um esforço para transcender as dicotomias e promover uma visão mais inclusiva e pacífica. 


Além disso, o pensamento de Michael Hardt, em colaboração com Antonio Negri, oferece o conceito de "multidão" como forma de resistência coletiva às estruturas de poder centralizadas. Nesse contexto, a atuação do Papa Leão XVI pode ser interpretada como um apoio às vozes dissidentes e aos movimentos que buscam alternativas ao status quo. Ao receber o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e discutir questões como o massacre de Bucha, o Papa demonstrou solidariedade com as vítimas e reforçou a importância da justiça e da reconciliação. Tais ações indicam uma tentativa de empoderar a multidão e promover uma paz baseada na justiça e no respeito mútuo. 


As perspectivas do Papa Leão XVI diante dos governos da Ucrânia e dos Estados Unidos revelam, assim, uma abordagem diplomática que busca escapar das estruturas tradicionais de poder e promover alternativas baseadas no diálogo, na justiça e na inclusão. Utilizando conceitos como "linha de fuga" e "multidão", é possível interpretar suas ações como esforços para criar novos agenciamentos e resistir às forças que perpetuam a violência e a exclusão. Essa postura, embora controversa, destaca a importância de repensar as relações internacionais e as formas de poder à luz de perspectivas que valorizam a diversidade, a liberdade e a solidariedade.


As opiniões aqui expressas são de responsabilidade da autora. 



Gabriela Oliveira Elesbão
Gabriela Oliveira Elesbão

Gabriela Eslabão

Historiadora e mestra em Estudos Estratégicos Internacionais. Meus temas de pesquisa estão relacionados à América Latina, movimentos sociais e impactos do neoliberalismo no continente. Sou voluntária do CERES e gestora de educação.


Referências 

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Luiz Orlandi. Rio de Janeiro: Editora Graal, 1976. 

HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Multidão: guerra e democracia na era do império. Tradução de Cid Knipel Moreira. Rio de Janeiro: Record, 2005.

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